O retrato da deformação da máquina pública brasileira apareceu da forma mais cruel no caso da ex-superintendente regional do Patrimônio da União Ana Vilas Boas, exonerada por suposta improbidade administrativa há cinco meses. Na sexta, o Ministério do Planejamento reconheceu o erro do ato, revogando a portaria que a afastou do cargo. Ela foi "condenada" por adotar medidas para agilizar e melhorar a administração pública. Obteve uma verba da Petrobras para iniciar um cadastro de imóveis da União na Bahia, cedeu salas para os técnicos realizarem o trabalho e os estava orientando.
"Deveria receber uma medalha ao invés de ser punida", disse o advogado Celso Castro, diretor da Faculdade de Direito da Ufba, que defendeu Ana sem cobrar honorários, perplexo com o absurdo cometido. Ele disse que estuda se entra com uma ação indenizatória contra a União. Por sua vez, Ana Vilas Boas contou ter se dedicado nos últimos cinco meses à tarefa de limpar o nome. "Meu sentimento agora é de alívio", declarou.
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